Reunião de pais: organize um encontro virtual para fechar ou abrir o ano letivo

Reunião de pais: organize um encontro virtual para fechar ou abrir o ano letivo

Toda a rotina escolar foi repensada em 2020. Entre os desafios impostos, estava estabelecer a comunicação entre a escola e famílias. Não foi fácil alcançar todos os alunos. Na EMEF Infante Dom Henrique, em São Paulo (SP), foram enviados até telegramas para as casas dos alunos e, na EMEIEF Boa Vista do Sul, em Marataízes (ES), os principais comunicados da escola foram colados em formatos de cartazes em padarias e supermercados.

 

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Nesse contato, além da comunicação do dia a dia, outros momentos de interação entre escola e família teve que buscar um novo espaço: as reuniões de pais e responsáveis. Encontrar o modelo e canal que mais funcionasse para a demanda de cada comunidade foi só o começo dessa tarefa para as escolas. Migrar dos encontros presenciais para os on-line exigiu repensar a frequência, a organização e o tipo de pauta trabalhada. Nesta reportagem, educadores de escolas públicas compartilham como reorganizaram as reuniões com as famílias para o cenário virtual e compartilham dicas para começar bem a agenda de reuniões em 2021.

Um relacionamento antes e depois da pandemia
Em uma escola na zona rural, em que são atendidas crianças desde a Educação Infantil até o Fundamental 2, o acesso à internet foi um desafio para a EMEIEF Boa Vista do Sul. “Nós tivemos sucesso, porque construímos um trabalho com a família ao longo dos anos”, avalia a diretora Marlúcia Brandão. O resultado da parceria com os pais e responsáveis desde 2017, em que a escola foi aberta para a participação da comunidade, foi já ter as famílias como apoiadoras de todas as ações da escola neste ano. “Quando temos o aval da família, dá tudo certo, mas tem que convocar para que eles percebam que a escola é deles também”, sugere a diretora.

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As reuniões de pais que aconteciam bimestralmente e por turma antes da pandemia, também precisaram ser adaptadas. Para ampliar a disponibilidade de horários de atendimento para as famílias, as reuniões durante o isolamento social passaram a mesclar as turmas. Três horários possíveis foram disponibilizados para o encontro e os responsáveis podem participar conforme sua disponibilidade ou preferência. Por conta do aumento na disponibilidade de horários na reunião e devido ao atendimento constante pelo WhatsApp e outros canais digitais, as reuniões passaram a ser semestrais.

Apesar da diminuição da frequência dos encontros, a relação se mantém forte e mais presente no cotidiano. A gestora diz que ainda no online, com todas as dificuldades de conectividade de uma escola no litoral do Espírito Santo, a ausência nas reuniões é baixa. Quem não consegue participar busca depois entender o que foi discutido, pede para marcar um horário individual ou até um responsável repassa as informações para o outro que não conseguiu participar. “Esse vínculo que criamos nos ajudou muito em 2020 porque as famílias estavam conosco em tudo que propusemos. Em tudo que precisamos, eles ajudaram”, relata Marlúcia.

Uma boa relação antes da pandemia também foi determinante para o sucesso da participação das famílias durante o ensino remoto na EM Professor José Antonio Flygare Telles, em Castro (PR). Desde o ano passado, os pais e responsáveis participavam de grupos de WhatsApp da escola. Dessa forma, para a professora Solange Teixeira de Freitas, que leciona informática para o Fundamental 1, quando chegou o ensino remoto, eles já estavam habituados com os grupos e a comunicação fluiu com maior facilidade.

Experimentar até encontrar o melhor formato
No entanto, quem não construiu essa proximidade com as famílias no cenário pré-pandemia ainda tem chance de mudar ou melhorar a relação. Na EMEF Infante Dom Henrique, em São Paulo, por exemplo, apesar dos desafios trazidos pela pandemia, o número de participantes aumentou na versão online da reunião de pais. “Por conta do aumento, avaliamos a possibilidade de continuar oferecendo a possibilidade de fazer os encontros virtuais [depois que o isolamento social acabar]”, diz Patrícia Toledo Borges, coordenadora pedagógica da escola.

Até chegar no modelo que deu certo, a equipe da escola passou por algumas etapas e formatos. Em um primeiro momento, foi necessário um trabalho de dois meses para a gestão conseguir estabelecer contato por WhatsApp com (quase) todas as famílias. Depois, os professores foram envolvidos e organizaram uma reunião com as famílias no 1º semestre. Por usarem o Google Sala de Aula, convidaram as famílias a diversos encontros pelo Google Meets. “A gente não conseguiu uma grande adesão, não teve mais do que 40% de participantes. Muito por conta do consumo de dados”, explica Patrícia, que usou a experiência como parte do aprendizado para planejar os próximos encontros. Apesar da baixa participação, eles perceberam no encontro a aflição das famílias e que a prioridade deveria ser fazer as mensagens importantes chegarem nas casas dos alunos.

A escola identificou que as redes sociais eram um canal mais acessível para a comunidade escolar do que as ferramentas disponibilizadas pelo Google. Dessa forma, fizeram uma nova tentativa de formato de reunião: lives em quatro horários possíveis e as famílias poderiam interagir e tirar dúvidas pelo chat do vídeo ao vivo. “Tivemos muita mais adesão. A primeira reunião superou as expectativas”, conta Patrícia. Nesses encontros, a pauta a ser discutida era sempre a mesma e os professores se revezavam para entrar no vídeo ao vivo para conversarem com as famílias. “Eles se sentiram bem mais à vontade do que no Meets. Lá eles ficaram constrangidos de falar, ter a câmera aberta e abrir o microfone. No Facebook foi mais solto”, relata. Além disso, quem não conseguisse assistir ao vivo, teria o vídeo disponível para se informar. O Facebook também foi a plataforma que mais funcionou para encontros entre os professores e alunos.

3 DICAS PARA ORGANIZAR AS REUNIÕES VIRTUAIS COM AS FAMÍLIAS

1. Leve em consideração a realidade das famílias
Pode parecer banal, mas para construir uma boa parceria entre a escola e família ouvir o outro lado é essencial. Por isso, ter sensibilidade para a realidade dos pais e responsáveis e abrir esse espaço podem ser as chaves que faltam para garantir o engajamento. “A escola tem que ir muito além da transmissão de informações. A minha dica é ouvir essas famílias, entender como elas estão, ter um diálogo mais efetivo”, afirma Cláudio Neto, diretor da EMEF Infante Dom Henrique. A partir dessa escuta ativa, é possível pensar ações mais eficientes que considerem as possibilidades e dificuldades das famílias.

2. Teste e ofereça diversas possibilidades
Se perceber que uma plataforma não deu certo, procure outras possibilidades. Ou até mesmo pergunte para as famílias com qual delas eles têm familiaridade ou têm acesso. No caso da EMEF Infante Dom Henrique foi o Facebook, já na EMEIEF Boa Vista do Sul foi o Zoom. Além de tentar diversos formatos e recursos, ofereça mais opções de horários pode tornar mais acessível a participação nas reuniões.

3. Faça a pauta da reunião com temas de interesse geral
Para conseguir oferecer mais de um horário possível é provável que seja necessário reunir famílias de diferentes turmas na mesma reunião, por isso esses encontros devem ser pensados para atender pais e responsáveis de diferentes etapas. Por isso, considere o público do encontro e prepare discussões sobre temas de interesse comum. Por exemplo, discutir sobre o fechamento do ano ou tirar dúvidas sobre os protocolos de biossegurança para o retorno presencial no próximo ano podem ser temas de interesse comum. Outra possibilidade é fazer uma divisão de horários por etapa.

 

 

Fonte: https://novaescola.org.br/

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