Dia da Mulher: 3 sugestões para trabalhar representatividade feminina na alfabetização
No dia, 8 de março, é Dia Internacional da Mulher. Convenhamos que não dá para transformar essa data apenas em comemorativa nas nossas escolas e na vida pessoal. Com tantos feminicídios e casos de violência sexual contra nossas meninas, que aumentaram assustadoramente nessa pandemia, não há o que comemorar. Precisamos mudar nossas ações na escola e com nossos alunos e alunas. Com a turma podemos educar pelos exemplos, pelo debate reflexivo, que podem levar a mudança de atitudes para o respeito e valorização do papel da mulher em nossa sociedade e no mundo.
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É importante ter em mente que todo dia é dia de abrir o debate e combater a violência contra as mulheres, mas ressaltar que não é uma luta apenas delas, de mães, meninas, professoras, é de todos nós que acreditamos num mundo mais justo e igualitário. Então, não deixe de incluir essa pauta na rotina da sua turma, seja na alfabetização ou em qualquer outra etapa.
Para te ajudar nisso, separei três indicações que podem ser usadas no Dia da Mulher ou em qualquer outra aula da sua turma de alfabetização. Vamos conferir?
1) Leia um livro sobre a vida de uma mulher inspiradora
Para os pequenos, podemos explorar o tema durante o ano todo, trazendo histórias de mulheres inspiradoras, que se destacaram na luta pelo direito das mulheres. Toda vez que conto aos meus alunos que houve uma época em que as meninas não tinham o direito de estudar, ou que até hoje muitas delas ainda não têm esse direito garantido, as crianças ficam incrédulas. Claro que elas também ficam maravilhadas quando leio sobre a vida da corajosa de Malala Yousafzai, pessoa mais jovem a receber o Prêmio Nobel da Paz. Lembro que minha turma se identificou com ela e sempre pedem para que eu leia novamente. A importância e o direito ao estudo das meninas surgem em nossas rodas de conversa.
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2) Crie um calendário
Uma sugestão também é criar um calendário da turma e para a cada mês trazer a história de uma mulher inspiradora para o debate, além de outras atividades da turma. Tudo feito de forma colaborativa entre você e os alunos. É possível começar com uma pesquisa para definir quais serão as mulheres escolhidas do Brasil, do mundo ou da própria comunidade no entorno da escola. Você pode registrar também, a cada mês, temas para rodas de conversa, por exemplo: brincadeira só de menina existe? Meninas podem ser cientistas? Tenho certeza que vai render boas conversas.
3) Jogos e quiz
Os jogos são ótimos instrumentos para a aprendizagem! Encontrei um gratuito que é maravilhoso, o KONTAÊ. Ele é um jogo de cartas que traz a história de vida de mulheres incríveis, heroínas negras, protagonistas de sua própria história. . Antonieta de Barros, Carolina Maria de Jesus e Tia Ciata são algumas das mulheres que aparecem por lá.
Para a alfabetização pensei numa adaptação da proposta do Kontaê. Com minha orientação e apoio, as crianças criariam um jogo, construindo as cartas, incluindo mais histórias de mulheres e escrevendo legendas para as imagens e pequenos textos com os principais acontecimentos da vida das personagens escolhidas.
A proposta seria de um jogo de memória, mas ao invés de encontrar um par de cartas, poderiam ser três: uma carta com a imagem, outra com o nome e legenda dessa mulher e na outra o texto. Você, professor e professora, pode disponibilizar as imagens e fazer as leituras sobre as histórias, enquanto isso as crianças leem e escrevem e aprendem com elas. Se achar complexo para sua turma, comece com o tradicional, use duas cartas. É uma oportunidade para brincar e aprender com mulheres que inspiram!
Confira passo a passo de sugestão de atividade
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Outra sugestão bem bacana é criar um quiz explorando a luta dessas mulheres inspiradoras. Dá para criar usando o Google Forms, Kahoot, ou até mesmo no formato impresso para jogar com a turma presencialmente, tipo “passa ou repassa”.
Como puderam perceber são muitas as possibilidades de se explorar o tema em sala de aula e em qualquer dia do ano! Se você já tem alguma prática, compartilhe aqui nos comentários para gente conhecer.
Muito obrigada e um abraço, especialmente, para todas as mulheres professoras, que na pandemia, além do trabalho com as aulas remotas, ainda cuidam da família, alimentação, casa, entre tantas outras coisas. Isso também nos mostra o quanto temos de mudar enquanto sociedade em relação ao papel da mulher.
Até a próxima,
Fonte: https://novaescola.org.br/